No Estadão quinta-feira, 15.08.2013, A2
Voto distrital já!
Poucos se dão conta de que a maioria das reivindicações, se não todas,
depende do Congresso Nacional. CPI da Copa, leis mais severas para combater a
corrupção? Dependem do Congresso. Mais verbas para a saúde e educação estão no
Orçamento da União e dependem da aprovação do Congresso. De igual forma, os
demais usos da receita dependem do Congresso. Impeachment de políticos que não
cumprem suas promessas de campanha, aprovação das indicações para ministros do
STF? Tudo isso depende do Congresso. Mas como confiar que os políticos eleitos
pelo atual sistema eleitoral façam o que os cidadãos querem e votem de acordo?
Não temos como. Somos obrigados a votar. Votamos no nosso candidato, mas podemos
estar elegendo outro. Até de outro partido! Ou seja, não existe vínculo entre
eleitos e eleitores. O artigo de Fernão Lara Mesquita fala da dificuldade de
unir todas as demandas das ruas numa voz única, mas mostra a saída: voto
distrital com recall (uma espécie de cartão vermelho que os eleitores de
determinado distrito podem aplicar e retirar o mandato do eleito por ser desleal
a seus eleitores, sem a proteção do corporativismo da Câmara). Poucos sabem a
respeito das vantagens desse sistema eleitoral. Falta informação. Pois quando os
eleitores se derem conta de que é possível retirar poder dos políticos e
entregá-lo à população, esta será a voz mais alta que se ouvirá nas
manifestações: voto distrital já!
CARLOS DE OLIVEIRA AVILA
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